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Transbordo de pescado: Um segmento do negócio portuário em contínuo crescimento
02/12/2022
Manuel dos Reis Fortes é colaborador do Porto Grande há mais de 32 anos. Cresceu na ilha vizinha de Santo Antão no seio de uma família de carpinteiros, e foi daí que surgiu a sua paixão por trabalhos em madeira.
Veio para São Vicente quando tinha 18 anos e, no primeiro ano e meio na ilha, trabalhou numa carpintaria, até que surgiu a oportunidade, que não desperdiçou, de integrar a equipa da ENAPOR. Continuou, contudo, a fazer os seus trabalhos em madeira, aproveitando o facto de estar próximo do porto para, quando havia navios de cruzeiro, vender algumas peças.
Durante a pandemia, Manuel dedicou-se mais à sua arte, fazendo da carpintaria uma terapia, focando-se em peças que retratam o universo portuário. Entre essas peças, podemos encontrar uma réplica da grua-flutuante "Cábrea", que esteve envolvida na construção de todos as estruturas portuárias do país. São peças únicas e, segundo o autor, retratam a sua paixão pelo trabalho, pelo mundo portuário, constituindo um legado para as gerações futuras, que não poderão ver em funcionamento muitas das máquinas que ele reproduz. Aliás, foi por isso que já constituiu a sua empresa, cujo nome é Viagem no Tempo.
Faz trabalhos por encomenda, nos quais o que impressiona é a riqueza de detalhes que imprime nas suas peças. Para reproduzir os equipamentos portuários, Manuel aproveita os momentos em que está a trabalhar no porto para observar todos os movimentos, a fim de, assim, os reproduzir nas peças em madeira.
"O meu objectivo é dar a conhecer o meu trabalho, poder transmitir o meu saber aos mais novos. Tenho realizado algumas sessões de formação para os mais novos de forma gratuita na minha casa", afiança.
"O conselho que deixo a todos os que têm aptidão para alguma forma de arte: invistam, foquem-se, pois pode ser tanto uma fonte de rendimento, como, principalmente, uma terapia, ajuda a manter a mente ocupada", termina.